por Débora Evangelista
O mestre ensina que se você levar uma flechada, deve tratar de retirá-la imediatamente e cuidar da ferida. De nada adiantará tentar descobrir quem atirou a flecha, o momento é de cuidado e sobrevivência. Esta alegoria pode ilustrar a importância do agora e da presença como fonte de cura, inclusive no trato das chamadas feridas emocionais. Elas são aquelas memórias sensíveis que despertam a dor e sentimentos diversos que ainda estão latentes e que podem estar colorindo a vida com seu tom sombrio e silencioso. Tratar destas feridas exige delicadeza e respeito por si mesmo e por todos os envolvidos. Impossível buscar mexer nelas sem trazer memórias revitalizadas do trauma. Algumas vezes pode haver uma reincidência pela falta de habilidade no trato. A cicatrização leva um considerável tempo e um trabalho interno na busca de fortalecimento das qualidades presentes em detrimento ao problema passado são fundamentais. Quando você sente a sua força interna, poderá então compreender o processo e lidar com bem com as memórias, dando novos significados e liberando os personagens, os culpados, os veículos que desencadearam tais eventos. Buscar responsabilizar terceiros pelas suas feridas pode significar abrir a mão da sua cura emocional, projetando e prolongando o litígio. Permita que a ferida emocional se feche a seu tempo, ela cicatriza quando você permite que a transformação a qual ela foi necessária aconteça. Você não precisa explicar o processo, não há necessidade de promover mais movimento quanto o que mais se precisa é quietude e vibração para liberar memórias e apegos. Inteligências instintivas fazem melhor o trabalho do que mentes treinadas para obter alívio imediato. A vida pede fluir, permita que a cura emocional aconteça. Estar receptivo e aberto pode significar a única forma de prosseguir. Permita que a cura o encontre e aprenda a partir desta presença. Esqueça quem atirou a flecha e permita que a vida o cure. O agora é ainda o melhor remédio. Lindo dia!
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