Autoengano

por Débora Evangelista

O autoengano é uma das formas de proteção mais utilizadas na atualidade caracterizando um tipo de mente doentia e de um caráter muito frágil. Acreditar em algo sobre si mesmo quando se sabe não ser verdade é uma vilania e uma das formas de preservar um tipo de poder pessoal que de poderoso não tem nada. Enganar a si mesmo significa escolher permanecer na mentira e na omissão. Isto é um pressuposto bastante comum aos que adquirem algum tipo de poder ou posição social sem mérito próprio para tal função. A mentira compartilhada e sustentada desempenha a função energética de estagnação, para deixar que as coisas permaneçam como estão, sempre favorecendo o ego de alguém que não deseja ser contrariado e que precisa manter seu status quo não por competência, mas por favoritismo. Os que se autoenganam acabam convivendo com uma comunidade que também é composta de crédulos aduladores de competência duvidosa ou de outros autoenganadores que buscam proximidade e vantagens. No jogo compartilhado da mentira, tudo é mito, tudo é falso brilho, tudo escraviza e é automático. O câmbio energético é realizado a partir de interesses pouco evolutivos, as negociações são liames escuros e atadores. A criatividade é comprometida, a sabotagem e a corrupção deixam de ser vistas como um perigo à integridade. Como uma nau de bêbados iludidos e prestes a naufragar, a integridade é deposta e a embarcação segue à deriva até que sucumba batendo em alguma verdade. A verdade como uma rocha e se sustenta inabalável. Abre as portas da percepção, admite equívocos reconhecidos para serem tratados, traz aprendizados para quem deseja caminhar de forma diferente. A verdade liberta, expande, cria e acolhe. Seja verdadeiro! Lindo dia!

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