Por Débora Evangelista
O caminho do humano rumo ao espiritual é sempre povoado de muitos enganos e equívocos. A personalidade identificada com os objetos dos sentidos, com a materialidade e com o profano, produzem muitos fenômenos ilusórios, talvez importantes para o aprendizado, mas fomentadores de muito carma. As ações e reações embasadas em uma noção de espiritualidade muito próxima a forma humana, concede a todos os envolvidos uma mente coletiva que move-se conforme os interesses, as circunstâncias, as interpretações e vontades, em uma codependência que sobrepuja muita a compreensão sobre as leis espirituais. O ego, afoito pela conquista, pela coroação de suas pretensões torna vil qualquer coisa que não se assemelhe a seus próprios objetivos e razões. E assim são criados os mitos, os heróis, os inimigos, as normas e os julgamentos. Aquilo que seria a voz do espírito se torna a voz do ego e então nasce o adivinho, aquele que não sabe, mas adivinha o que deseja que saibam. A divindade então torna-se um coadjuvante, um pano de fundo para o emponderamento pessoal e poder compensatório. A missão fica sufocada pelos vapores tóxicos das relações complexas e antagônicas, a mente coletiva entra em colapso. A projeção da sombra acaba por recair sobre alguém ou situação declarada como o inimigo, personagem que se torna o portador do lixo psíquico projetado. Há muita culpa e confusão compartilhada, a comunicação torna-se velada e o medo percorre os circuitos. O denso deseja copiar o sutil, mas antes precisará tornar-se sutil. O trabalho é árduo, impessoal e exige mais que o simples desejo de fazê-lo. A conexão é interrompida porque a personalidade não está ancorada nas virtudes da pureza, da paz, da compaixão, da verdade e do amor. A espiritualidade é. Felizes os que se conectam no silêncio de sua presença. Felizes os que respeitam aquilo que desconhecem. Lindo dia!
Comentários