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por Débora Evangelista

A história de Sidarta Gautama, o Buda, traz uma sabedoria interessante sobre faltas e excessos. Houve um período da sua vida onde seu pai, um poderoso rei, o impediu de conhecer a impermanência da vida, onde todos os seus desejos eram satisfeitos pela imposição da vontade de alguém que não era ele mesmo. Buda era privado da noção da realidade sobre o funcionamento do mundo material. Houve a época em que finalmente descobriu a existência da morte, da pobreza e do efêmero. Então desiludido, mas de posse de um novo tipo de percepção, saiu para o mundo em busca de respostas sobre a origem do sofrimento e se tornou um asceta, onde suas práticas espirituais eram tão restritivas que quase perdeu sua vida. Iluminou-se quando percebeu a origem do sofrimento e obteve a liberação dos desejos compreendendo a natureza da mente e o caminho óctuplo a ser seguido. Esta linda alegoria nos remete a uma reflexão sobre a intensidade com que partimos na busca de algo que parece ser a possibilidade de resposta para os dilemas da materialidade ou espiritualidade. O processo sempre começa por uma necessidade ou disruptura nas dimensões física, emocional ou mental que nos impulsiona a buscar algum tipo de transcendência. As experiências possibilitam que a ignorância revelada como sofrimento traga o movimento natural da busca de luz. Hoje eu convido você a reflexão sobre o que tem impulsionado as suas buscas e o que você tem encontrado como liberação e consciência. Como Gautama, podemos estar adormecidos, presos a alguma dimensão em nossas práticas de vida que não nos oferece libertação, mas fomentam mais desejos, mais mente, mais dualidade e novas buscas. Observe se há equilíbrio entre as diversas dimensões em suas práticas. Observe a qual dimensão você dá mais ênfase e atenção e observe sobre como seria oportuno equilibrar alguns exageros ou faltas compreendendo o que um olhar voltado para seu agora pode oferecer. Desejo que o não desejo e a não mente sejam seus guias nesta jornada. E que o observador, o Ser desperto, o Buda possam inspirar você a transcender a mente e as ilusões. Lindo dia!